quinta-feira, 23 de julho de 2015

Superando medos

Sempre gostei de acrobacias. Fiz ginástica olímpica por uns 2 anos e depois cresci. Por mais que eu reprimisse essa vontade, as vezes eu não me segurava e acabava fazendo alguma piruteta, o que acabava em dor nas costas. Há um mês eu voltei com esse amor, mas de forma diferente. Entrei em uma aula de trapézio. O que eu não contava era o meu medo absurdo de ficar de cabeça para baixo. Com o perdão da palavra, dá um cagaço enorme ficar pendurada apenas pelos joelhos. Parece que a qualquer momento irei me desprender lá de cima. Ainda bem que meu professor, o Bolinha, tem a maior paciência do mundo e não cansa de falar para mim 'o medo está na sua cabeça, você não tem como cair'. 
4 aulas se passaram, fazendo acrobacias com medo, até que decidi ir para aula disposta a esquecer o medo. O pior que poderia acontecer era eu cair, e não seria tão ruim já que tem um colchão enorme embaixo. Respirei fundo e fui. Não cai. Fiz outras acrobacias mais difíceis. Ainda estava com medo, mas o importante foi que eu não deixei de fazer nada por ele. E por mais boba que pareça ter sido a situação, resolvi parar e pensar sobre isso na minha vida. Parar de deixar de fazer as coisas por medo. Vou fazer, me arriscar. Se eu tivesse deixado o medo me dominar, não teria feito uma das acrobacias mais divertidas. Quem sabe o que está me esperando por de trás de todo esse medo? Hora de descobrir.


Essa sou eu fazendo algumas acrobacias (e me divertindo, como dá para ver)

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Máscaras

    Não aguento essa segunda personalidade que a empresa necessita que você crie. Vivemos em uma sociedade onde cada vez mais aceitamos as pessoas como elas são, com sua personalidade diferente das outras. Mas, por mais que todos usem esse discurso, na prática ele é muito diferente.
    Querendo ou não, se você está num ambiente que é diferente do qual você está acostumado, você acaba se modificando para se adaptar à ele. É sem querer. Você quer se sentir parte da equipe, quer se sentir adequado ao ambiente em que está. 
    Por mais que pareça inevitável, a criação desse alter ego vem me incomodando profundamente. Sempre fui de usar roupas básicas e confortáveis no dia a dia. Tênis, legging, moletom. Sempre consegui trabalhar com um bom desempenho escutando música, vendo vídeos, lendo textos. Nunca precisei fingir simpatia. Sempre fui educada, mas nunca precisei deixar minha voz mais mansa no telefone para parecer mais meiga.
   Sei que o trabalho pede para que a gente se encaixe em seus padrões. Mas é complicado quando você passa a agir totalmente diferente do normal. Roupas sociais, olhar fixamente pro computador porque não tem nada pra fazer e "pega mal" ficar vendo vídeos e etc. Me sinto mal por não ter coisas para fazer e quando tem, são coisas que não me agradam. Me sinto uma inútil por cada coisa que surge, ter que passar a situação pra supervisão porque não "consigo" resolver. Me sinto falsa por atender o telefone com voz meiga sendo que na verdade quero gritar. Sinto que estou gastando meu tempo em um lugar que teria tudo para me acrescentar, mas que na verdade me faz ficar sem rumo. Esse é o preço que se paga.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Crescer



    Crescer não é fácil. Todo mundo sabe disso e está cansado de escutar as dificuldades de pular uma etapa da vida. Estou nessa fase. Aos 20 anos, com um curso de Publicidade em andamento, 4 estágios nas costas, um sentimento: insatisfação. 
    Esse blog não é pra textos bonitos, inspiradores ou bem escritos. É um blog real. Onde irei despejar todos meus sentimentos, minhas dúvidas, minhas conquistas e sonhos. Onde irei dividir o que espero do mundo e o mais importante, de mim mesma. Para começar, uma apresentação. Sem meio termos. Para alcançar o futuro é importante saber de onde começou.
    Sou de uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. Sai de lá aos 17 anos para cursar Publicidade e Propaganda em uma cidade próxima, porém maior e com mais oportunidades. Desde então, venho me empenhando para aprender a viver praticamente sozinha. Consegui um estágio no meu primeiro semestre, boas notas na faculdade e uma boa relação com professores, colegas e profissionais da área. Minha mãe sempre me ensinou que é importante conquistarmos nosso próprio dinheiro e sempre dei muito valor a ele. Anos se passaram, estou no meio do curso. Consegui um novo estágio em uma empresa muito conceituada no estado e com um salário muito bom. Apesar de errado, o maior ponto que me fez querer a vaga foi o dinheiro. Eu sei, felicidade em primeiro lugar, mas quando se precisa dividir as contas da casa nova, o salário alto chama a atenção. Consegui a vaga na empresa, assinei contrato e tudo mais. Tudo certo para começar essa vida. Até que então uma agência de propaganda que eu admiro muito, me chama para uma entrevista em uma vaga que era tudo o que eu queria. Consegui. E agora? Ficar na empresa que paga bem, que está com contrato assinado e pronta para começar ou entrar nessa agência que vai pagar metade, sem contrato, mas é a vaga dos sonhos? Felicidade em segundo lugar, fui para a empresa. 
    A empresa não era a pior das hipóteses. A vaga é para trabalhar com eventos, uma área que não sou muito fã, mas que ao mesmo tempo é desafiadora. Aceitei, com o coração partido, mas com o peito aberto para enfrentar esse ramo desconhecido.
    Depois de 3 meses na empresa, cá estou eu. Desiludida da vida. Em um emprego que paga muito bem, mas que me transforma em algo que não pretendo ser. Um emprego com pessoas muito legais, mas onde a maioria ainda tem a mente muito fechada. Um emprego que eu esperava ser desafiador, mas me entendia. Um emprego de onde eu já deveria ter saído, mas esse negócio de ser adulto e ter contas a pagar não deixam. E agora?
    Em meio a tanta confusão e dramas, cheguei em uma decisão. Sair agora não é o certo. Por mais infeliz que eu esteja, preciso encontrar as coisas boas que me fizeram escolher aqui em vez da agência. Preciso do dinheiro. Seria idiota e imaturo sair achando que posso me virar com nada. Meus pais precisam de mim e preciso fazer esse esforço por eles. Mas, não posso ficar aqui para sempre. Não posso desperdiçar toda essa energia, todo esse tempo disponível e essa vontade de aprender que eu tenho. Não posso simplesmente jogar tudo pro alto e tacar o foda-se. Meus pais pagaram 2 anos e meio de faculdade e largar tudo agora faltando 1 ano e meio seria sacanagem com eles. Além de que, a faculdade é um lugar onde aprendi muito, apesar dos pesares, e onde irei aprender muito mais. 
    Antes de seguir com a vida, crescer ainda mais, é preciso de uma base. Seja intelectual, financeira ou psicológica. Antes de dar um passo tão grande quanto eu espero dar, é preciso ter certeza de que a base está firme e não vai desabar. Por isso, estabeleci uma meta. Em cinco anos minha vida tem que estar diferente. Não importa como. Quero chegar aos meus 25 anos sabendo que fiz coisas memoráveis, que valeram a pena, que irão me marcar e me mudar. Começando com pequenos passos - como juntar dinheiro - irei longe. Tenho uma meta, uma determinação e uma vontade de mudar. Com isso tudo, nada pode me impedir, a não ser eu mesma.

    Irei contar tudo isso aqui, esse blog. Quero dividir essa aventura que é crescer e se arriscar em coisas novas. Quero deixar registrado que sou capaz e mostrar pra Júlia do passado que superar seus medos vale a pena!

Beijos, Júlia.