Crescer não é fácil. Todo mundo sabe disso e está cansado de escutar as dificuldades de pular uma etapa da vida. Estou nessa fase. Aos 20 anos, com um curso de Publicidade em andamento, 4 estágios nas costas, um sentimento: insatisfação.
Esse blog não é pra textos bonitos, inspiradores ou bem escritos. É um blog real. Onde irei despejar todos meus sentimentos, minhas dúvidas, minhas conquistas e sonhos. Onde irei dividir o que espero do mundo e o mais importante, de mim mesma. Para começar, uma apresentação. Sem meio termos. Para alcançar o futuro é importante saber de onde começou.
Sou de uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. Sai de lá aos 17 anos para cursar Publicidade e Propaganda em uma cidade próxima, porém maior e com mais oportunidades. Desde então, venho me empenhando para aprender a viver praticamente sozinha. Consegui um estágio no meu primeiro semestre, boas notas na faculdade e uma boa relação com professores, colegas e profissionais da área. Minha mãe sempre me ensinou que é importante conquistarmos nosso próprio dinheiro e sempre dei muito valor a ele. Anos se passaram, estou no meio do curso. Consegui um novo estágio em uma empresa muito conceituada no estado e com um salário muito bom. Apesar de errado, o maior ponto que me fez querer a vaga foi o dinheiro. Eu sei, felicidade em primeiro lugar, mas quando se precisa dividir as contas da casa nova, o salário alto chama a atenção. Consegui a vaga na empresa, assinei contrato e tudo mais. Tudo certo para começar essa vida. Até que então uma agência de propaganda que eu admiro muito, me chama para uma entrevista em uma vaga que era tudo o que eu queria. Consegui. E agora? Ficar na empresa que paga bem, que está com contrato assinado e pronta para começar ou entrar nessa agência que vai pagar metade, sem contrato, mas é a vaga dos sonhos? Felicidade em segundo lugar, fui para a empresa.
A empresa não era a pior das hipóteses. A vaga é para trabalhar com eventos, uma área que não sou muito fã, mas que ao mesmo tempo é desafiadora. Aceitei, com o coração partido, mas com o peito aberto para enfrentar esse ramo desconhecido.
Depois de 3 meses na empresa, cá estou eu. Desiludida da vida. Em um emprego que paga muito bem, mas que me transforma em algo que não pretendo ser. Um emprego com pessoas muito legais, mas onde a maioria ainda tem a mente muito fechada. Um emprego que eu esperava ser desafiador, mas me entendia. Um emprego de onde eu já deveria ter saído, mas esse negócio de ser adulto e ter contas a pagar não deixam. E agora?
Em meio a tanta confusão e dramas, cheguei em uma decisão. Sair agora não é o certo. Por mais infeliz que eu esteja, preciso encontrar as coisas boas que me fizeram escolher aqui em vez da agência. Preciso do dinheiro. Seria idiota e imaturo sair achando que posso me virar com nada. Meus pais precisam de mim e preciso fazer esse esforço por eles. Mas, não posso ficar aqui para sempre. Não posso desperdiçar toda essa energia, todo esse tempo disponível e essa vontade de aprender que eu tenho. Não posso simplesmente jogar tudo pro alto e tacar o foda-se. Meus pais pagaram 2 anos e meio de faculdade e largar tudo agora faltando 1 ano e meio seria sacanagem com eles. Além de que, a faculdade é um lugar onde aprendi muito, apesar dos pesares, e onde irei aprender muito mais.
Antes de seguir com a vida, crescer ainda mais, é preciso de uma base. Seja intelectual, financeira ou psicológica. Antes de dar um passo tão grande quanto eu espero dar, é preciso ter certeza de que a base está firme e não vai desabar. Por isso, estabeleci uma meta. Em cinco anos minha vida tem que estar diferente. Não importa como. Quero chegar aos meus 25 anos sabendo que fiz coisas memoráveis, que valeram a pena, que irão me marcar e me mudar. Começando com pequenos passos - como juntar dinheiro - irei longe. Tenho uma meta, uma determinação e uma vontade de mudar. Com isso tudo, nada pode me impedir, a não ser eu mesma.
Irei contar tudo isso aqui, esse blog. Quero dividir essa aventura que é crescer e se arriscar em
coisas novas. Quero deixar registrado que sou capaz e mostrar pra Júlia do passado que superar seus medos vale a pena!
Beijos, Júlia.